sexta-feira, 6 de maio de 2016

Coração de andorinha

Minha cura?
Acostumei-me a enxergar mais além do que normalmente pode-se ver.
Continuei seguindo os caminhos que se abriam sob meus pés, ainda que não soubesse o que me esperava no horizonte.
E o horizonte sempre foi minha maior ilusão. No entanto, descobri com ele, que quando chegamos lá, tudo ainda está longe do fim, então sigo além.
A pureza dos humanos que tropeçaram em mim e que me acompanharam pelo caminho, também foi crucial.
Mas a cura, a cura mesmo, eu encontrei aqui. Vê onde aponto?
Não! Não no peito. É no que tem debaixo dele. Sob toda essa camada de pele, gordura, nervos e ossos. Foi nesse pássaro - que canta e que pulsa dentro de mim - que eu a encontrei. Nada extinguiu essa minha acreditação no amor, apesar das pequenas quase mortes em vôos rasantes. Nada findou essa fé nas pessoas, apesar dos tantos sepultamentos e ferimentos causados nas asas. Meu pássaro tem um tipo de esquecimento raro, e belo talvez. Ele apanha e sofre, mas sorri quando vê que o outro pode voltar a voar com ele.
Minha cura foi o entendimento de que a verdadeira morte é a ausência da esperança. Acreditar é o que me possibilita voar. Esperar é o que me motiva a continuar. E continuar é, sobretudo, confiar no que ainda não se vê.
E eu compreendi: meu dom é insistir (nas pessoas, nos sonhos, na vida). 



Alessandra Rocha

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Pa(z)ciência, minha ciência da paz.




"E o mundo vai girando cada vez mais veloz

A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência."

Lenine - Paciência


Penso que a vida é simples, a gente é que complica ela. Na verdade, complicamos tudo. Parece que não sabemos compreender as coisas ao nosso redor. Temos zelo com nossos bens materiais mas estragamos as pessoas. Somos mestres em estragar relacionamentos. Magoamos as pessoas, julgamos suas ações, difamamos sua forma de ver a vida e as abandonamos quando elas não servem mais. 
Não amigo, não são todas as pessoas que fazem isso, mas é fato que poucas aprenderam realmente a amar.
Um amigo querido certa vez me falou que chega o momento em que temos que nos separar e sabe, tudo bem... As opiniões e mentalidades diferentes são saudáveis e normais, mas não deveriam tirar a paz entre as amizades. 
Eu concordo com ele!
Antes de buscarmos nos relacionar com o mundo, temos que, primeiro, compreender como encontrar a paz. É ela- a paz- que nos traz equilíbrio. E o equilíbrio por sua vez nos mostra como respeitar o outro e a nós mesmos.
Gosto muito daquela música do Chorão (Charlie Brown Jr.) que diz: "O homem quando está em paz, não quer guerra com ninguém." e então ao ouvi-la eu concluo: FALTA PAZ! Falta pa(z)ciência.
Para encontrar a paz, precisamos primeiro nos encontrar. Precisamos despir nossa alma diante de um espelho para conhecermos todos os nossos defeitos e limitações. Creio que dessa forma não superestimaríamos tanto os defeitos e falhas alheias. As pessoas têm qualidades também. Ou não?
Antes de julgar o outro por seus erros e de afastarmo-nos por isso, deveríamos avaliar e trabalhar primeiro os nossos próprios erros, para também aprender com eles.
Paciência amigo. Algumas pessoas realmente não sabem lidar com o que são e nem com o que sentem. Por isso que às vezes magoam e se  afastam de muitas pessoas.
Eu nunca compreendi porque algumas pessoas, podendo escolher entre a paz e a guerra, sempre escolhem a guerra. Escolhem o atrito, a amargura, o ódio, o ressentimento. Hoje eu entendo. A pessoa que não escolhe a paz é a mesma que não escolhe o perdão. E quão pesado deve ser carregar uma mochila cheia de mágoas, não é mesmo?
Não podemos nunca julgar o que acontece dentro do outro. Nada do que pensamos saber sobre alguém, realmente é. Cada um de nós somos um pequeno universo vivendo em um planeta desse vasto universo. E quão pretensiosos somos em julgar o que apenas Deus conhece? 
Paciência. Paz. Ciência. Acho que a ciência da paz está em Deus.
E é nítido que para que haja paz no mundo, primeiro deve haver paz em nós. Deve haver paz dentro de cada um de nós. Pa(z)ciência! 

Alessandra Rocha 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Dar e receber

"É mais feliz quem dá do que quem recebe."
Há alguns atrás, quando eu li esse versículo separado do contexto, eu achei que se tratava sobre "dar" presentes, e me encantei, já que amo dar presentes. Mas quando li o contexto inteiro fiquei completamente maravilhada com o que Deus realmente quis dizer. Ele nos propõe a ajudar o próximo, porque ainda que o que tenhamos não seja muito, Ele sabe que é mais do que outros possuem. É feliz quem dá de coração porque sabe que está alegrando o coração de Deus. Não se dá nada a alguém esperando reconhecimento ou algo em troca, pra Deus isso não tem valor. Antes, aprendemos que o que a mão direita faz a esquerda não dever saber. E então entendemos que poder dar algo a alguém é ser abençoado em meio a tantos que só podem pedir.
Hoje eu peço em oração, que Deus nos torne misericordiosos como Ele é. E que tenhamos em mente que Deus conhece a intenção que há em nossos corações.

Alessandra Rocha

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Quando se perde a vida


"E quantas injustiças ainda sofrerás nesse mundo, minha pequena menina?"- disse-me um senhorzinho muito bondoso enquanto passava as mãos em meus cabelos com olhar de compaixão.

Acordei, e a última lembrança que tinha do sonho quando despertei era o olhar de um senhorzinho bondoso que me encheu de paz quando me encontrou perdida em meio a tantas lágrimas. Seria ele uma representação do que Deus tem feito por mim nesses últimos dias?  Seria essa a mensagem de paz que Deus me dá em silêncio? 

Algumas pessoas perdem tudo e ainda assim têm mais do que imaginam. 

Um amigo do meu marido perdeu a esposa. Não foi uma escolha dele, acho que também não foi uma escolha dela. Tenho pensado que eles se perderam deles mesmos. Porém, no meio dessa perda e de tantas dúvidas, ele encontrou sua fé perdida num cantinho escuro do seu coração. 

Algumas pessoas perdem seus filhos, pais, amigos...
Outras pessoas perdem saúde, felicidade, contentamento...
Eu perdi o meu emprego (por escolha própria). Acho que para viver coisas melhores e com pessoas melhores. 
Perdi a companhia diária dos meus amigos e os benefícios do trabalho. No entanto, creio que há coisas piores para se perder. 

O ser humano pode lidar com todo tipo de perda, por mais difíceis e insuperáveis que elas possam parecer. Mas devemos lutar incessantemente para nunca perder a fé, pois quando se perde a fé é quando perdemos a vida.
Jó sabia disso!

"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé." 1 João 5:4

Amém?

Alessandra Rocha